Respeitando Nossos Limites

 

 O prof. Thiago Martinez , encaminhou um artigo interessante mencionando as micro-faturas e os problemas decorrentes delas a um periodo atraz , como dores que podemos sentir quando ultrapassamos nossos limites nos treinamentos esportivos. Muitas vezes estas dores são confundidas como dores musculares, mas que no final das contas são muito mais graves do que pensamos. Respeitar nossos limites e condicionar nosso corpo para que ele possa superá-los são trabalhos de paciência. De nada adiantaria estarmos com problemas articulares e musculares e não podermos seguir com nosso treinamento esportivo no dia a dia. O grande aprendizado está em saber dar um passo de cada vez, sabendo ouvir os nossos corpos.

Por falar em dores articulares, exporei um item interessante falando sobre as barreiras elástica e anatômica nas pessoas, fruto da minha experiência como Quiropraxista.

Todos nós temos nossos limites de movimentação no que chamamos de ADMs (Amplitudes De Movimento). Estas ADMs podem ser tanto conseguidas ativamente ou passivamente. Quando dizemos ativamente, podemos exemplificar nossas limitações máximas nos movimentos quando executamos exercícios físicos. A partir deste ponto, conseguimos um pouco mais de movimento através, por exemplo, de uma ajuda de uma pessoa (como quando vamos a uma sessão de massagem ou fisioterapia e nos alongam ao máximo em nossos movimentos articulares) ou através de aparelhos. Chamamos isto de movimento passivo. Este limite do movimento passivo caracteriza nossa barreira elástica. A faixa para além desta barreira é caracterizada pelo que chamamos de faixa parafisiológica (nossa barreira anatômica), que se ultrapassada, acarretaria problemas de rompimentos de ligamentos, fraturas e deslocamentos articulares. A faixa entre a barreira elástica e a barreira anatômica é muito pequena.

Quando trabalhamos nos aparelhos ou com pesos, necessitamos saber que, se ultrapassamos nossos limites, poderemos estar forçando nossa estrutura esquelético-muscular para além da barreira elástica, principalmente quando sentimos fadiga muscular e o aparelho ou os pesos “retornam” descontroladamente, forçando nossas articulações. Se isto ocorre, com certeza, teremos uma probabilidade muito grande de termos problemas que se repercutirão em nossos corpos. Se ultrapassamos a barreira anatômica, aí sim, encontramos problemas graves e lesivos em nossos corpos. O tempo para permanência entre as barreiras elástica e anatômica é mínimo e é utilizado para ajustes articulares em terapias de manipulação e não é uma boa idéia estarmos entre estas faixas.

Muitas vezes também não ligamos para eventuais dores que podem surgir e estas mesmas dores somem dentro de alguns dias. No entanto, o que poderá ocorrer com nossos corpos, é um mecanismo de compensação. O corpo humano é maravilhoso e de uma complexidade extrema e tudo está ligado. Muitas vezes uma dor no punho (cujas articulações foram desajustadas pelo exagero dos exercícios) foi compensada e pôde ter levado a um sintoma de uma dor no pescoço. Aquela dor em uma articulação no tornozelo desajustado repercute em uma dor secundária compensatória instalada na coluna. Muitas dores que vêm e somem podem estar sendo compensadas de alguma maneira em nossos corpos e neste caso, não estaremos a 100% do que podemos nos encontrar e um sintoma crônico pode surgir com o tempo.

Saber quais são os nossos limites para que estes problemas não ocorram deve estar na consciência de cada um de nós que pratica qualquer atividade esportiva. É importante seguirmos as recomendações e instruções dos professores que nos orientam nas atividades físicas e se notarmos qualquer incômodo nos exercícios, devemos abrandar, parar ou mesmo pedir a reavaliação para nós. Afinal, cada corpo e indivíduo se comporta de maneira única.

 

James Hoo é Engenheiro pós-graduado em Marketing, Acupunturista, Quiropraxista, Massagista e Reikiano e aluno do Thiago desde Julho de 2007.